sexta-feira, setembro 14, 2007

CRÓNICAS D'AMIGOS




A adolescência e a juventude reportam sempre a grandes viagens cheias, não só, de boas recordações, mas também, carregadas de flashes de dor e perda!!!
Perdas que levam tanto tempo a recuperar, que até, cai no esquecimento quando aconteceram.
Recordam-se perfeitamente os dias, os momentos, mas não as datas e as horas precisas. "ESSES DIAS TÃO DOLOROSOS", os quais, talvez por ser uma fase da vida do Ser Humano tão jovem, parecem o fim do mundo.
Não são o fim, e a prova é que a vida continua, senão este post não chegaria a ser redigido, mas são tão intensos de emoções que, mesmo decorridos muitos anos, ainda dóiem muito, tanto que, esta dor provoca uma ferida incurável.
Foram perdas sentidas, injustas e, sobretudo, estúpidas!!! Vidas ceifadas no auge de juventudes perfeitas, quase oásicas....
Vidas colhidas pelo comboio da dúvida e da vergonha, pela dor dilacerante da doença e pela seringa do desespero de querer alcançar a liberdade. Todas estas vidas nunca foram livres, agora talvez....
O prometido não foi cumprido, todos baixaram os braços, cansados de lutar contra monstros invisíveis, as armas resvalaram das suas mãos e, deixaram-se ir...
Estes corpos foram abandonados pelas suas almas, as quais nunca pensaram nelas mas nos que lhe eram queridos, procurando, assim, a paz interior, solitáriamente e, sem alertar ninguém.
Um partiu numa noite gelada de inverno, na mala levou solidão, dor e frio. Mas no rosto, um sorriso, debaixo daquele bigode que, todos detestavam, recordas-te?
O outro, foi num dia de muito calor, também estava só, partiu cheio de angústias e a vergonha da dúvida, desiludido com o Homem, mas sem dor fisíca, pois foi rápido e, também sorria.
Por último, como poderias tu sorrir, querido amigo, se a dor no final era tão insuportável que, já estavas morto mesmo quando ainda esboçavas algum sorriso?
Com todos eles, assisti à chegada da amizade, do amor desinteressado, das gargalhadas, dos abraços quentes, das corridas e do escudo protector que, todos três, formavam em meu redor, e com eles, tudo isto se foi.
Depois, chegaram, para nós dois, dias de dor, angústia e um vazio que, ainda hoje, persiste.
Lembras-te? Ficámos os dois, sós e indefesos, mas ficámos, e estamos cá.
Todos contribuiram para salvar duas vidas que se previam sombrias, andarilhos de vielas obscuras.
Hoje, recordamo-los tal como foram, as vossas vidas, os vossos sorrisos, a vossa partida e, ainda choramos a vossa ausência.
Aqui fica então, esta homenagem, que eu sei poder fazê-la em nome de nós dois!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

...recorda-os como eram...mesmo que na sua efémera vida...e não como partiram....


Beijo.

trugia disse...

Só Deus tem os que mais ama...