terça-feira, setembro 25, 2007

ACORDAR


Hoje acordei e lembrei-me de ti, pensei: « que estranho, qual a razão desta lembrança? Porquê agora? ».
E vocês, não acham estranho?
Como podes ser TU o meu primeiro pensamento do dia...
TU, que és meu amigo,
TU, que és meu irmão,
E, até TU, que apenas me conheces.

Bem, sejas TU quem fores, certamente que: ao seres meu amigo, já rimos, chorámos e fomos o ombro um do outro; ao seres meu irmão, também és meu amigo e, para além disso fazes parte de mim e eu de ti; tu que, és meu conhecido, mas concerteza que, também já passámos alguns... bons... momentos juntos; ou até podes ser tu, que não me conheces fisicamente, mas aquilo que eu escrevo.

Sim, hoje acordei e lembrei-me de ti:
sim, TU que visitas o meu blog. OBRIGADO a todos...

Pensavam que eu me tinha lembrado de quêim? HE,HE,HE...

segunda-feira, setembro 24, 2007

O PASTOR


Em tempos existiu um homem, não sei a sua idade, apenas me lembro dele sempre "velho", com um rosto castigado pelo sol da Planície Alentejana, de pele morena e enrugada, de semblante fechado, mas com um sorriso que só alguns de nós conhecíamos, com uns olhos pequenos, que pouco denunciavam, mas que, também, só nós os fazíamos brilhar.
Um corpo esguio, já curvado e com "uma nódoa no peito", que ele justificava deste modo:
"toda a vida fui pastor,
toda a vida guardei gado,
tenho uma nódoa no peito,
de me encostar ao cajado."
Nunca vimos esta nódoa, mas sempre acreditámos que ela existia!
Era um homem duro, marcado pela dureza do trabalho do campo e, dos anos a fio, apenas na companhia do seu cão (um rafeiro enorme, o qual nunca soubemos a raça) e do seu rebanho. Nunca o vi dormir, e ficava furioso sempre que via a sua ceara pisada, devido às nossas brincadeiras.
Vivia num monte, com a esposa, os filhos, à muito que tinham partido, e os netos, esses, vinham de vez em quando, aqueles que estavam mais perto, os outros... apenas nas férias.
Mas era apenas por eles que ele sorria e lhe brilhvam os olhos, coisa rara habitualmente, mesmo, quando ficava furioso por causa dos estragos da ceara.
Um monte lindo (sem água canalizada, sem luz eléctrica, etc.), com as paredes enegrecidas por causa da lareira, onde tudo cheirava a lume.
A sala "mobilada" com os sacos dos cereais, que nos enchiam de "brotoeja", quando as subíamos.
Não havia televisão, nem rádio... eles contavam histórias, contos e anedotas, cantavam e, nós aprendíamos, havia gargalhadas de crianças felizes.
E a cafeteira de barro cheia de café, com uma brasinha lá dentro, sempre ao lume... não existe nenhum sabor como este em todo o mundo.
Lá fora, avistava-se a planície, salpicada de outros pequenos montes, semelhantes a este, um cenário que, só quem o vislumbra o sabe descrever.
Ali nasceu, cresceu, criou os filhos, apenas não foi dali que partiu.
Mas serão sempre recordados, com os seus rostos morenos, ela com as bochechas rosadas, sorridente, ele com o semblante carregado, o corpo curvado e as mãos calejadas, coladas ao cajado, como se este fosse um seu prolongamento, e, felizes com a vida que tiveram. Rostos diferentes dos que vemos actualmente nos nossos "velhos"!!!

quarta-feira, setembro 19, 2007

"PALAVRAS ANDARILHAS"


Eu sei que o título não é de minha autoria, mas foi de propósito, a fim de chamar a atenção para este post.
Já notaram como está a Praça da República? Bonita? Diferente?
Está repleta de ANDARILHOS, sejam eles, pessoas, contos, palavras, sonhos ou até mesmo, emoções... e, são todos bem vindos à nossa cidade!!!
O evento " Palavras Andarilhas", que, este ano já faz 9 anos, decorre de 17 a 23 de Setembro de 2007, desta vez, na Praça da República e inclui: a Feira do Livro e da Leitura; o IX Encontro dos Aprendizes a Contar; o Festival da Narração Oral e a Estafeta de Contos, entre outras actividades.
Organizado pela Câmara Municipal de Beja, Biblioteca Municipal de Beja (José Saramago) e pela Associação Defesa do Património Cultural de Beja, conta desde a sua primeira realização com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas.
Este promove a leitura e a narração oral, através de encontros de mediadores de leitura, narradores e especialistas nacionais e estrangeiros. É daqui que se dá início à "Estafeta de Contos", ou seja, sai um estafeta que, durante mais ou menos 3 meses visita as Bibliotecas de Portugal, onde vai trocando experiências e experimentando formas de contar.
No Festival de Narração, juntam-se narradores de histórias de todo o mundo, que nos reportam, através das suas palavras a enormes e maravilhosos sonhos.
Assim, apelo, VAMOS TODOS À PRAÇA DA REPÚBLICA, pois: É URGENTE A PALAVRA; É URGENTE A RELAÇÃO COM O LIVRO (amigo de todas as horas); É URGENTE A ESCRITA, confidente, que não nos interrompe, não crítica, não reprime e não denuncia as nossas emoções.

Numa época em que caminhamos a passos desenfreados para as tecnologias, ao mesmo tempo que, distanciamos uns dos outros, com passadas ainda mais tresloucadas, urge começar a construir pontes de modo a diminuir este distanciamento... são projectos como este que, nos permitem aperceber de tudo isto, e,igualmente transportam-nos para a nossa infância, à volta das lareiras. No meu caso, às conversas, contos e narrativas dos meus bisavós e avós, como se, ao abrirem a boca dela se soltassem rebuçados que adoçavam as nossas e balões coloridos com as cores do arco íris que, subiam e à noite nos transportavam através dos sonhos a grandes viagens...e, no dia seguinte, era a nossa vez de as contar.
Ainda hoje, aguardo o final de um conto que o meu bisavô deixou em aberto, e o qual o fim, nenhum de nós ficámos a saber... desta forma, será sempre recordado como um grande contador de histórias que deixou a última para que os netos e os bisnetos tenham cada um a sua versão do final.
Eram tempos em que se conversava, hoje passamos a serão com a televisão ligada, navegamos pela net e... despedimo-nos com um «estou cansado, vou-me deitar, amanhã conversamos»...

Vamos desligar as tv's, os pc's, as ps's, e vamos até à Praça, ouvir um conto, depois vamos para casa, mesmo cansados, vamos trocar impressões acerca do que ouvimos e como "as conversas são como as cerejas, atrás de umas vêem outras", o diálogo vai-se estender até outros assuntos... antes de adormecer!!!

sexta-feira, setembro 14, 2007

CRÓNICAS D'AMIGOS




A adolescência e a juventude reportam sempre a grandes viagens cheias, não só, de boas recordações, mas também, carregadas de flashes de dor e perda!!!
Perdas que levam tanto tempo a recuperar, que até, cai no esquecimento quando aconteceram.
Recordam-se perfeitamente os dias, os momentos, mas não as datas e as horas precisas. "ESSES DIAS TÃO DOLOROSOS", os quais, talvez por ser uma fase da vida do Ser Humano tão jovem, parecem o fim do mundo.
Não são o fim, e a prova é que a vida continua, senão este post não chegaria a ser redigido, mas são tão intensos de emoções que, mesmo decorridos muitos anos, ainda dóiem muito, tanto que, esta dor provoca uma ferida incurável.
Foram perdas sentidas, injustas e, sobretudo, estúpidas!!! Vidas ceifadas no auge de juventudes perfeitas, quase oásicas....
Vidas colhidas pelo comboio da dúvida e da vergonha, pela dor dilacerante da doença e pela seringa do desespero de querer alcançar a liberdade. Todas estas vidas nunca foram livres, agora talvez....
O prometido não foi cumprido, todos baixaram os braços, cansados de lutar contra monstros invisíveis, as armas resvalaram das suas mãos e, deixaram-se ir...
Estes corpos foram abandonados pelas suas almas, as quais nunca pensaram nelas mas nos que lhe eram queridos, procurando, assim, a paz interior, solitáriamente e, sem alertar ninguém.
Um partiu numa noite gelada de inverno, na mala levou solidão, dor e frio. Mas no rosto, um sorriso, debaixo daquele bigode que, todos detestavam, recordas-te?
O outro, foi num dia de muito calor, também estava só, partiu cheio de angústias e a vergonha da dúvida, desiludido com o Homem, mas sem dor fisíca, pois foi rápido e, também sorria.
Por último, como poderias tu sorrir, querido amigo, se a dor no final era tão insuportável que, já estavas morto mesmo quando ainda esboçavas algum sorriso?
Com todos eles, assisti à chegada da amizade, do amor desinteressado, das gargalhadas, dos abraços quentes, das corridas e do escudo protector que, todos três, formavam em meu redor, e com eles, tudo isto se foi.
Depois, chegaram, para nós dois, dias de dor, angústia e um vazio que, ainda hoje, persiste.
Lembras-te? Ficámos os dois, sós e indefesos, mas ficámos, e estamos cá.
Todos contribuiram para salvar duas vidas que se previam sombrias, andarilhos de vielas obscuras.
Hoje, recordamo-los tal como foram, as vossas vidas, os vossos sorrisos, a vossa partida e, ainda choramos a vossa ausência.
Aqui fica então, esta homenagem, que eu sei poder fazê-la em nome de nós dois!!!

terça-feira, setembro 11, 2007

DEPRESSÃO PÓS - FÉRIAS






Pois é, já cá estou... as férias este ano foram "curtinhas". Estou com uma depressão pós-férias, já que existem nomes para todas as tristezas da vida também eu posso inventar um para a minha "doença", não?
Mas o que importa é que tudo correu bem, em paz e com saúde... o tempo esteve maravilhoso,a Praia do Barril também, assim como as Pedras! Como tal, ao lembrar-me de tudo isto, mais triste fico,(ainda por cima, o tempo tá de nos matar aos pouquinhos, não acham?).

sábado, setembro 01, 2007

ADEUS BEJA ... OLÁ BEACH !!!






Xauuuuuuuuuuu ... vou de férias !!!